Trotsky


Trotsky (1879-1940) Líder Revolucionário e Fundador do Exército Vermelho russo, Lev Davidovitch Bronstein nasceu em Yanovka, um lugarejo próximo a Odessa no dia 25 de outubro de 1879. Em 1897 funda a União Operária da Rússia Meridional com características revolucionárias. É preso e condenado à prisão em Moscou e em seguida mandado para a Sibéria. Lá toma contato com o recém-criado partido social-democrático russo e lê o livro Que Fazer? de Lenin. Decide fugir em 1902, adota então o pseudônimo de Trotsky. Em outubro de 1902 chega a Londres e passa a trabalhar na redação do Iskra. Em 1903 ocorre a famosa cisão entre o partido social-democrático entre bolcheviques e mencheviques. Trotsky aliou-se ao lado destes últimos contra Lenin. A Revolução de 1905 esvaziou-se do conteúdo revolucionário e pendeu para um governo democrático com uma monarquia “constitucional”, o czar concedeu algumas reformas sociais. Em 1905 surgiram os primeiros Sovietes formados por delegados eleitos pelos próprios trabalhadores e Trotsky tem um papel fundamental. Em 1907 é preso e deportado para a Sibéria, consegue escapar. Neste mesmo ano vai para Londres participar do Congresso do Partido Social-Democrático russo. Em setembro de 1916 é expulso da França para a Espanha e de lá para Nova York (janeiro de 1917). Nos EUA recebe notícias da Revolução Russa de fevereiro, voltou a seu país. Os nobres e os burgueses achavam que a revolução já tinha acabado com a deposição do Czar Nicolau II, mas os soldados e operários reunidos nos sovietes queriam aprofundá-la. Uma onda de repressão varre a Rússia após as jornadas de julho. Lenin é acusado de ser um espião alemão e obrigado a fugir voltando à clandestinidade. Kerenski assume como primeiro-ministro, para comandante-chefe das forças armadas foi escolhido o General Kornilov, extremamente conservador. Este último incitado a acabar com todas as forças revolucionárias atacou Petrogrado. Kerenski pede ajuda aos bolchevistas, Trotsky mesmo encarcerado convence os soldados da Fortaleza de Kronstadt a defender o governo. É solto a 4 de setembro e neste mesmo mês é eleito presidente do Soviete de Petrogrado. Lenin exilado na Finlândia insistia sobre uma revolta armada para derrubar Kerenski e tomar o poder aproveitando a fraqueza do poder. Em outubro Trotsky manda o cruzador Aurora colocar o Palácio de Inverno (sede do governo) sob o alcance de seus canhões e ordena a tomada dos pontos estratégicos da cidade: centrais telefônicas, centrais elétricas, estações ferroviárias. No dia 25 Kerenski foge. Em 26 de outubro de 1917 reúne-se o Congresso dos Sovietes de toda Rússia. Lenin é eleito chefe do primeiro governo e Trotsky para o Ministério do Exterior. Fez então um apelo à nações beligerantes para que sentassem-se em torno de uma mesa e negociassem um acordo de paz para a Primeira Guerra Mundial. Porém, as nações ocidentais não o aceitaram. No dia 27 de dezembro de 1917 Trotsky chegou a Brest-Litovsk para negociar com a Alemanha em separado. Os alemães exigiam a Polônia, os Países Bálticos, a desmobilização da Rússia e a evacuação da Finlândia e da Ucrânia. Não foi um tratado de paz, mas um rendição assinada em 3 de março de 1918. Não havia outra decisão, pois os bolchevistas haviam chegado ao poder com a promessa de paz, além do mais não havia um exército russo em condições. Neste momento aparecem os primeiros núcleos de Guardas Brancos comandados por Kornilov, era o início da Guerra Civil. Trotsky viu-se obrigado a criar um novo exército, acabando por exemplo com a eleição dos comandantes pelos próprios soldados. Enquanto isso as tropas brancas tomavam parte da Rússia asiática. Trotsky prepara um trem que lhe serviu como casa e quartel-general, percorrendo assim os fronts, infundindo ânimo às suas tropas. É o organizador e comandante-chefe do Exército Vermelho. O Império Alemão e Austro-Húngaro caem em novembro de 1918, Brest-Litovsk é anulado. As potências ocidentais então passam a financiar os brancos com armas e dinheiro. Em 1919 os vermelhos começaram a obter vitórias, e em outubro a guerra civil está quase terminada. Em março de 1921 explode uma revolta dos marinheiros de Kronstadt que exigiam eleições livres para os Sovietes e um novo programa social para os camponeses, os bolchevistas tomaram a revolta como um tentativa contra-revolucionária e acabaram por massacrá-los. Lenin já bastante doente conscientiza-se do perigo da burocracia dentro do partido controlado por Stalin, procura o auxílio de Trotsky, mas este está isolado do Politburo. Stalin, Zinoviev e Kamenev se unem para impedir que Trotsky suceda a Lenin. Lenin morre no dia 21 de janeiro de 1924 e Trotsky não fez uso das armas que este lhe dera contra Stalin, preferiu o silêncio quando poderia atacar, pois seu prestígio estava incólume. Em janeiro de 1925 é exonerado do cargo de comissário de guerra e Zinoviev e Kamenev procuram expulsá-lo do Politburo, porém estes dois em dezembro rompem com Stalin e paradoxalmente aliam-se a Trotsky. Em outubro de 1926 ele e seus novos aliados são destituídos do Politburo, e no ano seguinte do Comitê Central do partido. Em 12 de janeiro de 1928, acusado de atividade contra-revolucionária é condenado ao exílio em Alma Ata no Turquistão. É expulso da URSS em janeiro de 1929 e estabelece-se na Ilha de Prinkipo, próxima a Constantinopla, permanece ali por 4 anos, até julho de 1933 quando vai para a França. Neste meio tempo escreve a sua História da Revolução Russa. Na França exige-se sua saída imediata do país, em 1935, a Noruega concede-lhe asilo. Lá começa a escrever A Revolução Traída. O ano de 1936 foi marcado pelos grandes “expurgos” em Moscou e Trotsky era o principal acusado de todos os processos. Tamanha eram as acusações que o governo norueguês temendo iniciar-se uma crise diplomática com a URSS, coloca-o em prisão domiciliar. O México revolucionário de Cárdenas oferece asilo a Trotsky em 1937. Fica hospedado na casa do pintor Diego Rivera. Em 20 de agosto de 1940 Ramón Mercader del Rio que havia penetrado no círculo de conhecidos de Trotsky abateu o velho revolucionário com um golpe no crânio, usando um martelo de alpinista. Ramón também chamado Frank Jacson segundo todos os indícios trabalhava para a GPU (polícia secreta russa) sob as ordens de Stalin.