Joseph Proudhon


Joseph Proudhon (1809 - 1865) Pensador francês, considerado um dos maiores reformadores sociais de todos os tempos. Nasceu em Besançon, filho de um artesão. Auto-didata, Proudhon teve, durante sua vida, vários ofícios: foi revisor de provas em uma tipografia, tipógrafo, representante de uma companhia de navegação fluvial, jornalista e, posteriormente, escritor. Em 1848, foi eleito deputado na Assembléia Nacional. Tentando pôr em prática uma de suas metas, criou um banco do Povo, que promoveria um sistema de crédito gratuito. Contudo, este banco não chegou a funcionar, por falta de verba. Faleceu em Paris. Algumas de suas principais obras: O que é a propriedade?; A idéia geral da Revolução do século XIX; A justiça na Revolução e na Igreja; Sobre a criação da ordem na humanidade; Sistema das contradições econômicas ou filosofia da miséria; Solução do problema social; Confissões de um revolucionário; A guerra e a paz; Sobre o princípio da arte. O pensamento de Proudhon não apresenta caráter sistemático; antes, trata-se de um espírito inflamado, que não pode ser situado em nenhuma corrente ou doutrina conhecida. Fundamentalmente, Proudhon é inimigo das formalizações, das idéias tornadas absolutas e da filosofia especulativa, que aparta o homem de seu meio e dos acontecimentos de seu tempo. Proudhon encontra na Justiça o princípio de harmonia universal que rege, não somente os homens, mas igualmente o universo material. Deste modo, pela justiça somente pode ser superada a oposição homem-natureza, característica da filosofia moderna. Assim, este filósofo critica a propriedade, tomando a justiça como princípio: a propriedade sem trabalho é, por definição, injusta, e, assim, um roubo. No plano econômico, Proudhon afirma a possibilidade de implantação de substituição do capital monetário por um sistema de trocas; a implantação de um regime mutualista apresenta, segundo sua visão, caráter mais igualitário, e, deste modo, mais justo. No âmbito político, Proudhon idealizou um sistema onde a sociedade civil prevalece à sociedade política. A associação livre entre os trabalhadores resulta em uma autogestão que, em um primeiro momento admite a existência do Estado, atuando apenas como mediador dos conflitos sociais. Posteriormente, este filósofo abole toda noção de Estado, na composição de uma sociedade sem classes, baseada no trabalho, produção e troca. Esta sociedade abole, a um só tempo, o poder coercitivo do Estado e o individualismo extremado, uma vez que ambos conduzem, necessariamente, ao desequilíbrio e, deste modo, à injustiça. Proudhon é considerado o pai do anarquismo político. Manteve estreitas relações com Karl Marx, que teceu elogios a algumas de suas noções, e críticas à sua negação do comunismo, enquanto maximização do poder do Estado.